ORGANIZANDO O ESPAÇO
AMBIENTE ALFABETIZADOR
É importante
criar na sala de aula um ambiente alfabetizador, com vários tipos de
materiais escritos para despertar no alfabetizando o interesse pela
aprendizagem da leitura e da escrita.
Este ambiente vai mostrar a
utilidade da escrita, bem como a importância de saber ler no dia-a-dia,
para facilitar a vida. O alfabetizando vai assim, situando-se no mundo
em que vive. Para isto, é necessário arrumar a sala com material escrito
de dois tipos:
1. MATERIAL PERMANENTE:
a) o nome do município onde a escola está localizada;
b) o alfabeto com vários tipos de letras: imprensa e cursiva ( maiúsculas e minúsculas);
c) lista com os nomes completos dos alunos;
d) nome completo do(a) professor(a);
e) calendário anual;
f) mapas do Brasil, da Bahia e do município.
2. MATERIAL ROTATIVO:
a) jornais e revistas;
b) livros variados;
c) dicionário;
d) rótulos ou embalagens de: remédios, alimentos, material de higiene, etc.;
e) bulas de remédios, receitas;
f) listas de: compras, material escolar, etc.;
g) cartas, bilhetes, cartões, propagandas;
h) jornal mural:
• Exposição de produções dos alfabetizandos: desenhos, escritos, recados, mensagens, avisos, etc.;
•
Exposição de materiais diversos: tudo que acharem úteis e interessantes
ao trabalho e ao estímulo e desenvolvimento do alfabetizando: folhetos,
panfletos, propagandas, notícias de jornais, receitas, horóscopo, etc.
Parte
deste material rotativo deve ser trazido pelos alfabetizandos. O
professor pede que eles procurem em casa ou em outros locais, objetos
que tenham coisas escritas. Durante o trabalho, pede-se ao grupo para
observar o que há naquela parte, o que existe de novo, quem trouxe, para
que serve, fazendo-se comentários e discussões sobre o valor de tudo
aquilo. A medida que outros alunos forem trazendo outros objetos, a
gente vai substituindo os já vistos e comentados pela turma por aqueles
novos, sempre dialogando sobre sua utilidade e a colaboração de quem
trouxe.
Finalmente, a sala transformada num ambiente alfabetizador
vai estimular mais os alunos, quebrar a rotina, pois cada semana pode
ter algo novo e diferente (do material rotativo) para ser trabalhado.
Assim o alfabetizando vai situando-se no mundo em que vive através da
observação de escritos nos vários objetos e lugares e de diferentes
formas. A escrita passa a ser objeto de conhecimento, pois partindo da
observação e comparação, o alfabetizando é levado a experimentar a
escrever as letras formando palavras, pondo no papel suas hipóteses e
idéias. É levado a criar sua própria escrita.
DIÁLOGO, PONTO DE PARTIDA
O
diálogo, a discussão são pontos de partida para a ação alfabetizadora.
Temos que partir da leitura do mundo, como nos diz Paulo Freire, da
discussão sobre os problemas da comunidade sobre os acontecimentos
locais ou nacionais, para daí trabalhar a aprendizagem da leitura de
textos e da escrita. Como realizar este diálogo?
A discussão mesmo
iniciada espontaneamente, tem que ser orientada, coordenada pelo
professor e que se tenha objetivo claro do que se quer. Partindo-se daí,
segue-se com uma atividade a partir do resultado das discussões
organiza-se um texto coletivo, para trabalhar depois, partindo dele, os
conhecimentos específicos de Português, Matemática, Ciências, Geografia,
História, etc.
O alfabetizador também é membro da comunidade, e como
tal, precisa participar da vida dessa comunidade e estar informado do
que está acontecendo. Só assim, ele pode puxar a discussão na turma,
planejando antes e sabendo onde quer chegar com aquele diálogo e o que
vai fazer depois... Pode e deve também aproveitar alguma conversa que
surge entre os alfabetizandos, para discutir com toda a turma e
prosseguir com as atividades do dia. Se, para isto for necessário a
presença de alguém da comunidade ou de pessoas de fora que possam ajudar
na discussão, é importante pois valoriza e estimula a participação e o
debate.
A discussão na sala pode partir também de algo novo ou de
problemas já existentes ou hábitos que precisam ser mudados. Pode-se
começar fazendo perguntas, para eles opinem e discutam entre si. Cada um
dá sua opinião e o professor coordena o debate, ouvindo e levando aos
outros a escutarem o colega, e no caso das crianças, aprenderem a
aceitar opiniões e ponto de vista diferente do seu. Os mais tímidos
devem ser estimulados a participarem, para isto pode ser desenvolvidas
dinâmicas como passa e repassa, batata quente, etc.
ORGANIZANDO O TEMPO
A
programação das atividades de sala de aula prevê a construção de uma
rotina que dará ao aluno uma visão prévia do que vai acontecer
ajudando-o a organizar o seu pensamento e o seu material em função
dessas atividades.
Ao organizar o tempo, devem ser observadas as
necessidades e ritmo de cada grupo, contudo é interessante que esta
rotina garanta:
1. Leitura diária na sala de aula (contos de fadas, poemas, notícias, histórias, adivinhações, trava-língua, parlendas, etc.)
2. Escrita diária na sala de aula (que pode ser dividido em vários momentos).
3.
Conversa diária com os alunos que pode ser um comentário de: um
passeio feito pela turma, do noticiário, de um filme que a turma
assistiu.
4. Exploração do tema gerador que pode ser através de
exposição participada, que devem ser introduzidos através de dinâmicas e
a partir de conversas e discussões, palestras, pesquisas, passeios,
filmes.
5. Atividades complementares – que são de igual importância como:
• Tempo para realização de projetos;
•
Atividades lúdicas (dominó, bingo, caça-palavra, forca, materiais como
blocos lógicos, tangram, jogos de montar, quebra-cabeça);
• Atividades artísticas: pintura, desenho, modelagem, recorte e colagem.
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